Furto de aparelho auditivo impede itabirana de 7 anos de escutar

Família não tem condições de adquirir novo equipamento, avaliado em mais de R$ 38 mil

A pequena Emanuely Barbosa Moreira, itabirana de 7 anos, enfrenta desde o seu nascimento as dificuldades da surdez. Após quatro anos de luta, e dois anos em uma fila de espera, a garota conseguiu pelo Sistema Único de Saúde (SUS) um implante auditivo que, utilizado junto de um aparelho, lhe permitiu ouvir. Há três meses, no entanto, o aparelho, avaliado em R$ 38,5 mil, foi furtado e a menina, desde então, está sem audição.

O crime ocorreu em Santa Maria de Itabira, enquanto a família visitava a avó da criança. A menina entregou o aparelho para a mãe, que o guardou no carro. A mulher entrou com a filha na residência dos parentes e demorou cinco minutos para retornar ao veículo para pegar o equipamento. O suficiente para já ter sido levado.

O furto do aparelho impacta diretamente na vida de Emanuely, prejudicando uma luta que começou logo nos seus primeiros meses de vida. A mãe da jovem, Leydiane Barbosa, conta que quando a lha tinha quatro meses, o teste da orelhinha apontou uma alteração. Foi preciso refazer o exame por três vezes, tendo todos apresentado anormalidade. De acordo com a mãe, logo que soube da variação, levou Emanuely a um otorrinolaringologista, mas ele afirmou que não havia qualquer problema com a garota. “Eu tinha 17 anos na época, acabei não procurando outra opinião”, lamentou.

Percebendo que Emanuely não respondia a estímulos e brincadeiras, já com um ano e oito meses, Leydiane procurou um segundo profissional na área, que constatou a surdez da menina. “Aí começamos a correr atrás de recursos. Ela deu início à fisioterapia e acompanhamento com fonoaudióloga”, recorda.

A jovem começou a utilizar um aparelho auditivo comum, mas não obteve resultado, levando os especialistas a optarem por um implante coclear, que consiste na adaptação de um dispositivo eletrônico que transforma sons em estímulos elétricos enviados ao nervo auditivo. A alternativa deu certo e o vídeo gravado pela mãe quando a criança escutou pela primeira vez dá a exata noção do quanto a vida de Emanuely mudaria.

Após o furto, a família de Emanuely distribuiu diversos cartazes, compartilharam nas redes sociais e fizeram um boletim de ocorrência, mas, até momento, não receberam respostas. O medo da mãe é que a filha não consiga perante o SUS um novo aparelho. “Comuniquei ao centro onde a Manu fez a cirurgia, mas não tivemos um retorno se conseguiremos ou não um novo aparelho”, finaliza.

Fonte: Defato On line